"Desde muito pequeno eu me lembro da lareira que tínhamos em casa, de como nos reuníamos ao redor dela. O calor do fogo é uma necessidade básica para as pessoas que vivem no extremo sul do Chile. Aqui, na zona tropical, é o frescor da sombra que reune as pessoas, e ao contrário da lareira, ela está por toda parte".
Atualmente na Costa Rica, o arquiteto Bruno Stagno reflete sobre a sua prática profissional e os projetos que tem desenvolvido ao longo dos últimos anos. Ele reflete sobre como o contexto pode servir como principal fonte de inspiração para um projeto de arquitetura, sobre como as condições climáticas podem ajudar a construir a identidade da arquitetura, e mais do que isso, como para cada latitude do planeta há uma solução específica de projeto.
Esta é a principal conclusão do livro de Andrés Mignucci, Bruno Stagno: una arquitectura para el trópico. Em suas reflexões à respeito da arquitetura de Bruno Stagno, Mignucci destaca a expressão da latitude na arquitetura; na reverberação das formas arquitetônicas ao longo do tempo em um lugar específico, que não apenas evidencia a relação responsiva da arquitetura em relação ao lugar, como faz disso, o principal elemento articulador da linguagem arquitetônica de uma determinada posição geográfica.
Andrés Mignucci cita alguns exemplos:
- O espaço aberto e protegido.
- Telhados mais inclinados quanto mais altos os índices pluviométricos.
- Beirais maiores de acordo com a necessidade de sombreamento das fachadas.
- Fachadas perfuradas ou vazias para melhor ventilação natural dos espaços interiores.
- Porões elevados para proteger o edifício da humidade da terra.
- Sistemas de drenagem e dimensionamento de acordo com a quantidade de água no solo.
- Incorporação da vegetação para criar micro-clima.
- Luz difusa no interior, em contraste com a luminosidade excessiva do exterior.
- Os espaços abertos e cobertos como zonas de transição entre o interior e o exterior.
- O hall, como um espaço de acolhida com pé direito alto, bem ventilado e iluminado em casas urbanas de madeira.
É neste sentido que o trabalho desenvolvido pelo Estudio Stagno pode ser definido como um laboratório experimental desta arquitetura dos trópicos - tanto através de projeto quanto de pesquisa. Entre algumas de suas experimentações podemos destacar alguns de seus projetos:
Estudio Stagno:
Ano: 1986 / 2013
Escritórios J e R
Ano: 2003-2004
BATCCA - Sede Corporativa
Ano: 2006 -2007
INCAE - Instituto Centroamericano de Administración de Empresas
Ano: 2015
- Sabia mais dobre o livro 'Bruno Stagno: una arquitectura para el trópico', aqui.
Bibliografia:
MIGNUCCI, ANDRÉS (2019). Bruno Stagno: una arquitectura para el trópico. San Juan, Puerto Rico: A+editores.